segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Secundus

Vendo que a demanda mensal dos povos pela cerveja já era maior do que o próprio consumo por combustíveis fósseis no curso dos séculos XX e XXI, uma ordem unidade do poder globalitário colocou um freio — malicioso — neste consumo doentio, cujo objetivo, é claro, era apenas aprofundar o domínio e a consequente dependência das pessoas pelo álcool.

No presente estágio, a busca e apreensão de triculus era o que menos importava.

E foi precisamente neste período que entraram em cena as grandes mentes dos seguidores do Sol Negro. Os mais brilhantes cientistas do setor de nanobiotecnologia, colocaram — enfim — os seus dons a serviço do lado sombrio da humanidade.

Como estava previsto, um verdadeiro conclave de exímios cientistas criou, num laboratório de segurança máxima, um vírus jamais visto desde que este mundo é imundo. A atividade de uma complexa engenharia científica edificou um engenho que primava pelo ineditismo — no mínimo espantoso!

Ao ser manipulado em sua fase gestativa, este vírus teve implementado em sua cadeia genética, células sanguíneas do mais desprezível líder e mentor do plano Vaga que controlava toda esta sordidez mundial de um ponto situado — como já disse — na região conhecida por vocês como América do Sul.

Este organismo biogenético carregaria em sua genética mais sutil, portanto, as marcas e os desejos vis que animavam e habitavam a personalidade, “oculta”, deste líder criminoso e inimigo da raça humana.

Com auxílio de nano androides, o vírus estaria praticamente geminado com a mente inescrupulosa deste governante, tornando esta praga uma extensão natural de sua pérfida consciência. Portanto, os nano androides fariam simplesmente a interface que manipularia a ação desta criação do mal.

Não se enganem! Agora, o pacto com satã pode até ser ultrassofisticado, high-tech; todavia, sua finalidade continua fiel às suas raízes. O sangue é o mesmo; e os homens, também.

O outro elemento que constituía esta maldição era um reflexo do revanchismo e do rancor dos seguidores do Sol Negro em relação às religiões e aos guardiões da luz que sempre combateram — vitoriosamente — as investidas dos partidários das trevas através dos tempos.

Para isso, os tais cientistas utilizaram um dos mais importantes símbolos do nascimento espiritual, manipulando neste covil do demônio, uma antiquíssima e sagrada planta. Eles conseguiram extrair o “conteúdo memorial” deste vegetal em sua fase formativa; transmitindo, somente, o período vivencial — do pântano, no lodo, na lama — para este instrumento de destruição biotecnológico. Portanto, eles possuíam a chave científica para a captação genética dos “ritmos instintivos” em todos os reinos da natureza.

Este projeto de degeneração humana foi tão secretamente concebido que raros eram os sequazes das sombras que conheciam — na totalidade — os objetivos desta fase do plano Vaga.

Para resumir e não me estender muito, esta obra perniciosa foi batizada por seus pais como D1000-ST. Que ocultava o seguinte sentido: Domínio = mil anos, S = Senhor e T = Trevas.

O vírus Tulosvusir, como ficou publicamente conhecido, atuaria, em sua primeira etapa, destruindo — calculadamente! — as culturas de cevada e lúpulo. Não era intenção do regime acabar em definitivo com tais plantações, mas dar a impressão de que isso estava realmente acontecendo, apenas para gerar pânico e uma crise de abstinência coletiva forçada; proporcionando, com isso, um descontrole emocional e psíquico absolutamente útil ao plano de dominação e sujeição dos homens ao governo do Sol Negro.

Até hoje, ninguém sabe como este projeto de destruição foi disseminado pelo mundo, se pelo ar ou através das águas. Tudo não passava de especulação. A única certeza é que o Tulosvusir recebeu uma sagração negra, pois realizou-se um rito de magnetização que conferiu ainda mais poder destrutivo ao vírus. Numa data escolhida pelos sacerdotes do Sol Negro, num ciclo específico da Lua, em um dado signo da banda zodiacal, estabeleceu-se uma relação de sintonia com um ponto celestial sagrado que parece ter grande significação para esta irmandade das trevas, que foi fundada em nosso orbe, há milênios, em íntima relação com esta misteriosa e indizível constelação.

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